Robert Boyle: 1627-1691 |
Boyle tornou-se interessado em um experimento que tinha sido feito na Alemanha por Otto von Guericke. No início do sec. XVII, Von Guericke havia fervido o conteúdo de uma tigela hemisférica de cobre cheia de água. Depois colocou uma segunda tigela sobre a primeira, só deixando espaço para o vapor escapar. Depois que a fonte de calor foi removida, Von Guericke descobriu que as tigelas tinham ficado selada tão fortemente que duas parelhas de cavalo não conseguiram separá-las. O vapor havia tirado o ar, e quando o vapor dentro da esfera se condensou outra vez em líquido, criou-se um vácuo parcial. Os dois hemisférios estavam agora unidos pela pressão de ar externa.
Experimento de Von Guericke
Fonte: http://cadernosdedaath.blogspot.com.br/2011/02/sobre-o-vazio-hoje-como-ontem.html.
O experimento clássico de Boyle era uma maravilha da simplicidade. Boyle pegou um tubo em forma de "J" selado no lado mais curto e começou a prender ar dentro dele, enchendo o tubo de mercúrio. Descobriu que o volume de ar preso variava de acordo com a quantidade de mercúrio que usava e formulou a lei estudada por todos os alunos de ensino médio e cursos superiores de química: o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão exercida sobre ele.
Animação da Lei de Boyle |
A lei de Boyle e a lenda do Sutiã Inflável |
A lei de Boyle tem algumas conexões um tanto quanto incomum. A publicação do New England Journal of Medicine relata que uma turista apareceu na emergência de um hospital em Frisco, no Colorado, queixando-se de um ruído estranho em seus seios. Os raios-X logo revelaram a fonte do problema. Parece que a paciente tinha um implante salino de seio (basicamente uma bolsa plástica cheia de água salgada). Esses implantes, no entanto, não são completamente cheios de água e têm bolsões de ar. A senhora chegou à grande altitude do Colorado vinda do nível do mar, e, de acordo com a lei de Boyle, os bolsões de ar se expandiram pela menor pressão externa. A água dentro dos implantes agora tinha espaço para causar ruído.
Bem, essa é uma história verídica, ao contrário da lenda sobre a aeromoça que comprou um sutiã inflável que explodiu depois de levantarem voo. Embora esses apetrechos existam, a pequena mudança de volume graças a queda de pressão na cabine não é suficiente para causar efeito tão espetacular.
Fonte:
SCHWARCZ, J. Barbie, Bambolês e Bolas de Bilhar: 67 deliciosos comentários sobre a fascinante química do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed. 2009.