domingo, 6 de agosto de 2017

Antoine Lavoisier

Recentemente, encontrei em uma livraria o livro "Tratado Elementar de Química" de Lavoisier. Uma leitura fantástica...Trago a vocês a apresentação da Obra:
"O Tratado Elementar de Química, publicado em 1789, teve na sua época uma rápida difusão e foi editado em vários países, em diferentes línguas. Contudo, até agora, não havia uma única edição brasileira. A Madras Editora trás até você esta Obra que provocou mudanças, ou mais, uma revolução na Química. Escrita com a intensão de difundir as novas idéias e procedimentos experimentais, bem como estabelecer e consolidar a nova nomenclatura química, Lavoisier e seu grupo deram à Química o caráter de uma ciência moderna.

O termo "revolução" utilizado pelo próprio Lavoisier e disseminado por seus contemporâneos, guarda uma relação com o sentido político da Revolução Francesa. Acreditava que mudanças eram necessárias tanto na ciência como no sistema de governo, na agricultura e nas finanças.

Dispondo de vastos recursos pessoais, pode introduzir, na Química, técnicas de experimentação e de medida sofisticadas. Em particular, estabeleceu o uso sistemático de balanças aperfeiçoadas que possuíam tal precisão e sensibilidade, para a pesagem de pequenas quantidades de matéria, que poderiam ser comparadas às mais modernas. Passou a ser um símbolo do novo químico, ocupando o lugar do alambique e da retorta.

Desenvolveu trabalhos em conjunto com vários acadêmicos da época, tais como: Jean Bucquet, Pierre Simon Laplace, Jean-Baptiste Meusnier, Armand Seguim, Louis Bernard Guyton de Morveau, Claude Berthellot, Antoine François Fourcroy, René Just Hay, Henry Cavendish e outros. Mary-Anne Paulze-Lavoisier deve ser lembrada como sua principal colaboradora. Conhecia bem a língua inglesa e traduziu para o francês trabalhos publicados naquele idioma, além de ter desenhado os aparelhos utilizados por Lavoisier e que compõem esta Obra.

Foi um dos primeiros a demostrar que as reações químicas ocorrem sem variação de massa, como poderemos ver nesta Obra: em todas as operações da Arte e da natureza nada é criado: existe uma quantidade de igual matéria antes e depois do experimento. Devemos ressaltar que o tradicional enunciado: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma não é de Lavoisier e sim do poeta latino Titus Lucrécius Carus (96-55 a.C.)que se baseou nas idéias do filósofo grego Epícuro (341-270 a.C.) sobre a Física.

Os trabalhos de Lavoisier sobre a nomenclatura química também foram imporantes. Os alquimistas utilizavam uma nomenclatura muito particular e de difícil memorização. Hoje utilizamos, na Química, uma nomenclatura internacional fundamentada num trabalho conjunto de Morveau, Lavoisier, Berthellot e Fourcroy. É importante citar que o brasileiro Vicente Coelho Seabra da Silva Telles, professor da Universidade de Coimbra, foi o primeiro a traduzir e adaptar a nomenclatura de Lavoisier para a língua portuguesa. Um ano antes da publicação do Tratado Elementar de Química, Silva Telles publicou a obra Elementos de Chimica.

Contribuiu com o regime revolucionário, participando de várias comissões, como a implantação do novo sistema de pesos e medidas. Contudo, não foi suficiente para apagar, na época das perseguições, as fortes ligações que mantivera com a monarquia.A sua função, nada simpática, de arrecadador de impostos, além de atitudes de vingança dos inimigos e o seu papel de destaque na Academia Real de Ciência, sistematicamente atacado por Marat (vetado por Lavoisier na eleição para a Academia), desencadearam um processo que ocasionou a sua condenação, inicialmente por peculato, passando depois para traição. Diante da petição redigia aos juízes para que poupassem a sua vida, visto tratar-se de um sábio, quer a traição que, Coffinhal, presidente do tribunal, tenha respondido com uma frase frequentemente citada, mas provavelmente apócrifa: a República não precisa de sábios. Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794.

Menos de um ano depois, o juiz e os jurados que o condenaram, além de Robespierre, também foram guilhotinados e o Liceu de Artes organizou um evento em sua homenagem, com a inauguração de um busto que tinha a inscrição escrita por Lagrange:

Vítima da tirania,amante respeitado das artes, ele continua vivo. Por seu gênio, continua servindo a humanidade. 

Diamantino Fernandes Trindade & Laís dos Santos Pinto Trindade 
Texto extraído da Apresentação do Livro "Tratado Elementar de Química" de Antoine-Laurent Lavoisier



Lavoisier e sua esposa

Isaac Newton e a história da maçã

Todo mundo sabe o significado desta imagem:


O que pouca gente sabe é que esta história é só um mito!! 


Não há como negar que o Sir. Isaac Newton foi um dos maiores cientistas (gênios) que já existiu.


Suas contribuições estão presentes no ramo da Matemática, com o cálculo infinitesimal, conhecido hoje como cálculo diferencial e integral, no ramo da óptica com a decomposição da luz branca, no campo da mecânica, com as três leis do movimento e principalmente no entendimento do mecanismo que mantém os planetas em suas órbitas: a gravidade. 


Não há como negar, a gravidade é universal...ela não foi descoberta porque ela já existia...ela foi estudada...as coisas caem...e essa história de Newton e a maçã também caiu!! Mas como surgiu essa história? Estudiosos declaram que esse mito ser originou com a sobrinha de Newton, Catharine Barton. É supostamente aceitável que o Sir. Isaac Newton tenha usado a maçã como uma forma de exemplificar o fenômeno das coisas cairem na Terra..."Imaginem uma bela e suculenta maçã..." e assim vai!! O fato é que a Sra. Barton casou-se com um membro do Parlamento Britânico, Sir. John Conduitt e que por meio dele conheceu o filósofo francês François Marie Arouet, também conhecido como Voltaire e assim, esse célebre filósofo imortalizou a história da maçã em sua obra Letter sur les anglais, de 1734. 


Mas cá entre nós: esse história da maçã é realmente muito emblemática...eu ainda fico imaginando esse cena. Newton, ao pé da macieira, descansando e logo uma maça?? Não poderia ser uma manga ou caqui? A maçã é uma fruta interessante. É a fruta oferecida para os professores...foi a fruta que Adão e Eva traiu a confiança de Deus, embora na Bíblia não fale exatamente da maça. E não podemos nos esquecer qual foi a fruta oferecida à Branca de Neve pela bruxa?? Os atributos maléficos da maça pode ser devido ao seu nome científico Malus pumila derivado da palavra latina que significa "mal" que de mal não tem nada!!


Bem ou mal, essa história toda me deu vontade de comer uma suculenta maça, que aliás, para nós professores é um ótimo aliado na manutenção das cordas vocais... Vai uma maça ai??


Referência: Alexandre Cherman & Bruno R. Mendonça. "Por que as coisas caem?"

Mendeleiev: O pai da tabela periódica


Mendeleiev  em seu gabinete
Dimitri nasceu  em Tobolsk, oeste da Sibéria, e era o caçula de 14 ou 17 irmãos (ninguém sabe ao certo) e pelo esforço de sua mãe, em 1847, Maria Dmitrievna, ,que após a morte de seu pai e o incêndio que destruiu a fábrica de vidros da família partiu para Moscow levando o pequeno Dmitri, com 15 anos e sua irmã, Liza.

Não tendo sucesso de matricular Dmitri em uma universidade de Moscow, a família se deslocou para a capital São Petersburgo, onde no Instituto Pedagógico Central conseguiu uma pequena bolsa do governo para estudar matemática e ciência natural.

"Abstenha-se de ilusões, insista no trabalho e não em palavras. Busque pacientemente a verdade divina e científica" foi os dizeres de sua mãe, em seu leito de morte.

Apesar de todas as dificuldades, mesmo sendo diagnosticado com uma tuberculose, onde lhe foi dado apenas alguns meses de vida, em 1855 Mendeleiev formou-se com professor secundário, ganhando ainda a medalha de ouro de melhor aluno.

Passando de docente em Simferopol, na Criméria, onde conheceu o renomado cirurgião Perogov que após um check-up diagnosticou sua doença como não fatal, Mendeleiev retornou a São Petersburgo onde aos 22 anos de idade foi designado como privat Dozent, uma espécie de professor que não é contratado nem remunerado, dependendo da contribuição pagas pelos alunos que frequentava seu curso.

Sentindo que ali, não poderia prosperar, em 1859 Mendeleiev conseguiu verba do governo para estudar no exterior. Seu primeiro destino foi Paris onde estudou sob os olhares de Henri Regnaut, o mais consagrado experimentalista da época e o primeiro a estabelecer que o zero absoluto era - 273 graus Celcius.

Após passar uma temporada em Paris, Mendeleiev deslocou-se para Heidelberg, Alemanha. Ali assistiu aulas de Gustav Kirchhoff e trabalhou com o grande parceiro dele, Robert Bunsen (inventor do bico de Bunsen, ainda encontrado em qualquer laboratório de química). Por trabalhar com Bunsen, Mendeleiev viu-se no lugar certo tendo acesso privilegiado com os últimos desenvolvimentos no campo dos elementos químicos e sobre os estudos para estabelecer um padrão para as massas atômicas dos elementos químicos.

Em 1861 Mendeleiev retorna a São Petersburgo assumindo o cargo de professor assistente no Instituto Técnico chegando até a escrever uma obra de química orgânica de 500 páginas por não haver um manual russo de química orgânica e posteriormente tornando-se professor titular em 1864.

Aos 32 anos, casado e pais de um casal de filhos, foi nomeado professor de Química Geral na Universidade de São Petersburgo, cargo bastante prestigioso para um jovem e grande conhecedor pelo seu conhecimento enciclopédico dos elementos químicos.

Além do cargo de professor, Mendeleiev dava consultorias para os produtores de queijo da Cooperativa Econômica  Voluntária de Tver. Em suas longas viagens de trem, Mendeleiev costumava passar o tempo jogando paciência sob seu baú de madeira apoiado em seus joelhos. Essa organização das cartas do baralho em ordem descendente despertou-o.

Diz a lenda, que em uma manhã, Mendeleiev, em seu gabinete, escreveu nas superfícies de cartões brancos de papel o símbolo dos 63 elementos químicos conhecidos, bem como suas massas atômicas e algumas propriedades características dispondo-os em grupos.

Após inúmeras tentativas e exausto deste afazer e percebendo que certas propriedades similares repetindo-se em intervalos regulares, Mendeleiev debrucou-se sobre a mesa, repousando a cabeça em seus braços, adormeceu...e teve um sonho!

Agrupamento dos elementos conhecidos por Mendeleiev. Note
os elementos de número de massa 68 e 70 previstos
pelo químico, que posteriormente foram descobertos como Gálio
e Germânio.

Em suas palavras "Vi num sonho uma tabela em que todos os elementos se encaixavam como requerido. Ao despertar, escrevi-a imediatamente numa folha de papel." Ele compreendeu que os elementos eram organizados na ordem de suas massas atômicas, suas propriedades se repetiam em uma série de intervalos periódicos no qual chamou sua descoberta de Tabela Periódica dos Elementos.

Sua genialidade não se limitou somente em organizar os elementos. Ele fez previsões de propriedades físicas e químicas de elementos ainda não descobertos na época, como o Gálio e o Germânio.

Essa genialidade também foi posto a prova em uma das maiores paixão russa: A Vodka. Esta bebida que em russo significa "aguinha", e foi criada em 1893, foi aperfeiçoada por Mendeleev. Após um ano de estudo, chegou-se a fórmula perfeita desta paixão russa que apresenta 40% de álcool (etanol) e 60% de água a qual foi registrada por lei a fórmula proposta pelo químico russo.

Mendeleiev morreu em 2 de Fevereiro de 1907, mas o que ele descobriu em 17 de fevereiro de 1869 viverá para sempre. Em 1955 o elemento químico 101 foi descoberto, tomando seu lugar na tabela periódica e levando o nome de Mendelévio (Md), sendo este um elemento instável, sujeito a fissão espontânea, exatamente como temperamento do gênio citado neste texto.


Essa história pode ter sido só uma lenda, mas de qualquer maneira, não deixa de ser fascinante!!

Fonte: O sonho de Mendeleiev, de Paul Strathern