segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Termodinâmica e a Revolução Industrial

Para muitos, o estudo da Revolução Industrial fica restrito as disciplinas de história ou geografia. Foi neste época, com o desenvolvimento das máquinas à vapor e seu entendimento, que surgiu o estudo da Termodinânica. Esta ciência está fortemente ligada ao desenvolvimento da mecânica clássica e quântica, do eletromagnetismo e da cinética química. 
Charles Chaplin: cena do filme Tempos Modernos

 Na área de Engenharia, principalmente a Engenharia Mecânica, a Termodinâmica é essencialmente importante, pois o desenvolvimento de motores à vapor, motores a combustão e até mesmo a geração de eletricidade mais eficientes dependem deste conhecimento.

Pode-se dizer que a termodinâmica sugiu no ano de 1650 com o desenvolvimento da primeira bomba à vácuo. Seu desenvolvedor, o alemão Otto Von Guerickle, um engenheiro, militar, político e diplomata que defendia a existência do vácuo. Sabendo dessa proeza, anos depois Robert Boyle e Robert Hook constroem uma bomba de ar. Foi com essa bomba que Robert Boyle estabeleceu a relação de que PV = constante, já discutido em outro post. Uma coisa curiosa, é que antes de Boyle formular sua Lei, um associado dele, Denis Papin construiu um digestor ósseo (marmita de Papin) , sendo este, um recipiente fechado com uma tampa hermética que libera o vapor quando uma alta pressão é alcançada. Projetos posteriores incorporaram uma válvula de liberação de vapor, evitando assim, a explosão do reservatório.  Poderiam perguntar: igual a uma panela de pressão!!? Exatamente!! Uma outra revolução na cozinha moderna é a panela de pressão que diminui o tempo de cozimento dos alimentos. 

Papin, ao observar o ritmo frenético da válvula subindo e descendo já imaginou um motor a pistão e cilindro, igual aos dos automóveis a combustão. Por não ter insistido em seu invento, Thomas Savery construiu o primeiro motor, um tanto quanto ineficientes, mas chamando a atenção de Sadi Carnot.

Máquina de bombear água de Newcoman
Já a máquina a vapor, criada por Thomas Newcomen, um Inventor, ferreiro e mecânico inglês nascido em Dartmouth, Devon, England, que a partir do aperfeiçoamento do modelo de Thomas Savery, de quem era sócio, criou (1712) uma nova máquina a vapor para drenagem de minas, denominada de pistão de Newcomen. Essa máquina possuía uma viga horizontal à semelhança de uma gangorra, da qual pendiam dois êmbolos, um em cada extremidade. Um êmbolo permanecia no interior de um cilindro e quando o vapor penetrava no cilindro, forçava o êmbolo para cima e acarretava a decida de outra extremidade. Borrifava-se água fria no cilindro, o vapor se condensava e o vácuo sugava o êmbolo de novo para baixo. Isto elevava o outro extremo da viga, que se ligava ao êmbolo de uma bomba na mina. Assim fez combinar o pistão como um meio de aproveitar tanto a expansão do vapor, na subida, com o vácuo repentino devido à condensação do vapor, na descida. 

Este seu invento foi um marco na Revolução Industrial e serviu de base histórica para a mecanização de toda a indústria. Com sua engenhosidade criou uma máquina a vapor como um engenho prático, suficientemente poderoso para garantir muitas minas inglesas contra inundações. Durante cinqüenta anos que se seguiram, sua máquina foi usada para bombeamento, sempre que não havia energia hidráulica à disposição. Porém sua principal inviabilização para outros propósitos era seu grande consumo de combustível. 

Com seu assistente bombeiro John Cawley, tornaram-se os precursores da máquina a vapor, ao pesquisarem sobre o assunto por mais de dez anos. Ambos desenvolveram um novo conceito: o uso de um conjunto cilindro-pistão para o bombeamento de água, constituindo a primeira máquina térmica, pois seu funcionamento era cíclico. Morreu em Londres deixando a idéia básica para os trabalhos do engenheiro civil John Smeaton (1724-1792), de James Watt (1736-1819), mecânico escocês que aperfeiçoou o modelo de Newcomen (1765). Um inglês, George Stephenson (1781-1848), revolucionou os transportes com a invenção da locomotiva a vapor (1814).

Fontes:

  • http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/ThomaNew.html
  • http://polemicascmm.blogspot.com.br/2012/08/termodinamica-e-revolucao-industrial.html
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_termodin%C3%A2mica

James Joule

James Prescott Joule (1818 - 1889) foi um grande físico inglês de Salford, Lancashire, hoje na grande Manchester, descobridor da teoria mecânica do calor e da primeira lei da termodinâmica.

James Prescott Joule (1818-1889)
Filho de um rico produtor de cerveja, foi incentivado pelo pai a estudar ciência, chegando a montar um laboratório em sua casa. Sendo um auto didata, Joule aprendeu tudo sozinho e chegou a assumir a fábrica de cerveja após a aposentadoria de seu pai em 1833. Resolveu estudar na Universidade de Manchester (1835) com o célebre químico inglês John Dalton e depois realizar experimentos com gases.



Da relação corrente elétrica e calor produzido descobriu o que seria chamado efeito Joule descrito na obra On the Production of Heat by Voltaic Electricity (1840).

Iniciou, então, sua mais famosa experiência (1843) estudando o trabalho realizado por um gás quando se expandia e o calor gerado na compressão. Escreveu assim sua experiência para determinação do equivalente mecânico do calor (1847): constava de um aparelho com um peso regulado para controlar pás em um líquido cuja temperatura podia ser medida por um termômetro, registrando-se, assim, as mudanças causadas por determinada quantidade de trabalho.

Determinou as leis da termodinâmica e os princípios da transformação de energia (1849), determinando a quantidade de trabalho mecânico necessária para produzir uma unidade de calor. Estabeleceu então que as várias formas de energia, mecânica, elétrica e térmica, são basicamente a mesma e podem ser transformadas uma na outra.

Essa é a base da lei da conservação de energia, primeira lei da termodinâmica.

Morreu em Sale, Cheshire, e sua obra completa foi publicada sob o título de Scientific Papers (1885-1887).

Joule (J), unidade de medida de energia elétrica, mecânica e térmica no Sistema Internacional, igual ao trabalho realizado por uma força constante de um Newton, cujo ponto de aplicação se desloca da distância de um metro na direção da força; a energia transportada por segundo em um condutor percorrido por uma corrente elétrica invariável de um ampère, sob uma diferença de potencial constante igual a um volt(V).

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/JamePres.html